Durante participação no podcast Papo Solar, Luiz Felipe Melo, diretor da distribuidora Minha Casa Solar, destacou o que falta para o setor fotovoltaico decolar no Brasil e os desafios que precisam ser superados.
“O primeiro é regulatório. A capacidade de investimento no nosso mercado é limitada sem uma legislação que apoie. O segundo é de capacitação e especialização dos players que fazem parte do setor”, elencou Melo.
“Como o nosso segmento é ainda novo, não tem nem dez anos da resolução 482, por exemplo, as empresas possuem um desafio de especialização para fornecer um serviço especial e de alto nível para os clientes. Temos dificuldade de poder ofertar aos consumidores as melhores soluções técnicas, e em virtude disso muitas vezes ficamos reféns sempre da solução mais barata”, disse.
Melo ainda enfatizou que a qualificação aumenta muito o padrão de qualidade. “Não existe razão econômica para não ter um sistema fotovoltaico instalado para grande parte das pessoas e empresas do Brasil hoje. Nosso desafio como um player atuante é explicar a maneira adequada, com a linguagem que esses clientes entendem, de que a solar é extremamente vantajosa”.
Recuperação econômica pós-pandemia
Ao longo do podcast, o especialista discorreu também sobre como a vacinação pode contribuir para alavancar a expansão do setor solar no Brasil.
“Ela está só no começo, mas percebo que com o início dela há uma mudança de expectativas. Todos aqueles clientes receosos se questionam: será que compro agora? Eles começam a sentir que o problema está passando, que vão superar e voltarão a crescer. Então, aqueles orçamentos que estavam parados, que nem se iniciaram em virtude do receio dos consumidores em relação à economia, são reativados”, esclareceu o executivo.
“Todos esses clientes já voltaram a ter uma propensão maior a gastar, a comprar, a investir e nós do segmento de fotovoltaico estaremos prontos para poder apoiar e fornecer essas soluções”, acrescentou.
Ademais, Melo destacou que com o início da imunização em diversas partes do mundo haverá a normalização da cadeia produtiva internacional, que foi prejudicada em 2020 – já que muitas fábricas de todo o mundo pararam em virtude da pandemia da Covid-19.
“Para 2021, a percepção é que a produção fabril seja normalizada. Estamos começando a entrar em um ritmo mais regular e com produtos para atender o mercado com preços interessantes e ainda disponibilidade de equipamentos para atender as expectativas positivas que começam a existir na nossa economia”, ressaltou o diretor da Minha Casa Solar.
Ainda segundo ele, 2021 será um ano de recomeço. “Este ano ainda é um pouco cinza, mas é um cinza com tendências a clarear. Penso que é um ano de retomada do nosso mercado. Veremos o Brasil crescendo de novo, ainda pouco em relação ao que poderia, mas já sinalizando uma expansão”.
“No setor solar, a pandemia da Covid-19 atrapalhou muito, entretanto, no ano passado a nossa empresa cresceu cerca de 30%, por exemplo. A expectativa é que em 2021 a gente tenha um crescimento ainda maior em relação a 2020. Já em 2022, se tudo der certo, estaremos em pleno vapor”, concluiu.
Matriz energética renovável
Outro ponto ressaltado pelo especialista durante o Papo Solar é que o Brasil está fazendo parte da mudança da matriz energética mundial.
“Hoje, a energia é concentrada em grandes usinas. O fotovoltaico, assim como outras renováveis, vem permitindo com que as pessoas e as empresas produzam sua própria energia de forma independente e complementar nessas fontes centralizadas”.
“O mercado era exclusivamente off- grid, pela falta da regulação. Atualmente, temos um setor que trabalha em conjunto, mas dependente da distribuidora, que é o sistema de micro e minigeração como conhecemos. Porém, teremos um terceiro passo que une o off-grid com sistemas híbridos”, completou.
Uma resposta
Realmente a tendência é para crescimento deste setor e torçamos para que isto aconteça, pois no momento é a fonte de energia mais limpa que temos disponível e no Brasil temos o ano todo.