“Estamos preparados para analisar e licenciar as novas plantas para geração solar”. É o que destacou Patrícia Iglecias, diretora-presidente da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), durante o 9º Fórum LIDE de Energia – edição 2021.
Em função da atualidade do tema, um dos painéis de maior interesse foi o que tratava dos impactos da energia nas mudanças climáticas. Ao longo do evento, Patrícia discorreu sobre a importância do licenciamento de usinas fotovoltaicas.
Segundo ela, os principais ganhos ambientais das plantas fotovoltaicas referem-se à implantação e operação sem impactos ambientais significativos, já que envolvem a baixa supressão de vegetação, movimentação de terra pouco expressiva, pouca ou nenhuma interferência com fauna e recursos hídricos, e geração de energia renovável e não poluente.
“Dados da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) em 2020 apontaram que a fonte solar movimentou mais de R$ 13 bilhões de negócios e gerou 86 mil novos empregos em todo território brasileiro”, ressaltou.
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Mais análises
Ao longo do evento, a diretora da CETESB comentou ainda sobre o consumo de eletricidade, considerado, de acordo com a mesma, a maior fonte antrópica das emissões de gases de efeito estufa ou 73% das emissões mundiais. Esse consumo inclui, por exemplo, transporte, fabricação e construção, emissões fugitivas e outras queimas de combustível.
Segundo a companhia, conforme dados de 2016, a geração de calor e eletricidade é responsável por 30% do total de emissões de GEE (gases de efeito estufa) – o que equivale a 15 giga toneladas de CO₂.
O Inventário Nacional de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, atualizado em 2016, indicou o setor de energia como responsável por 46% das emissões totais de dióxido de carbono e o segmento de transporte por 22,9% das emissões nacionais de CO₂.
Nesse sentido, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo relatou que definiu 32 ramos da economia sujeitos a inventariar suas emissões de GEE e entregar as informações, anualmente.
“Com isso, reunimos tais dados, que são, posteriormente, utilizados nas análises de licenciamento, especialmente, de grandes empreendimentos de energia”, disse Patrícia.
A maioria das UHEs (usinas hidrelétricas) em São Paulo, por exemplo, é licenciada ou licenciável na CETESB, com exceção das emitidas pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Segundo a empresa, os novos licenciamentos incluem, principalmente, PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e CGHs (Centrais Geradoras Hidrelétricas), visto que o potencial para UHEs já é bem explorado no estado.
“Eu acredito no trabalho conjunto, em mostrar que o órgão público não está estanque, mas que busca soluções e alternativas com empreendedores e com a academia, em prol de um desenvolvimento sustentável que garanta qualidade de vida para a nossa e as futuras gerações”, finalizou a executiva.
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