O aumento no consumo de eletrônicos durante a pandemia de Covid-19 e os surtos da doença no Sudeste Asiático foram um dos principais fatores da escassez na oferta de chips semicondutores e componentes passivos, como capacitores, resistores e indutores na indústria mundial.
Agora, o mercado está passando por mais um problema. Trata-se da escassez de cobre e laminados revestidos de cobre (CCLs), usados para a fabricação de placas de circuito impresso (PCBs) que alimentam todos os produtos eletrônicos disponíveis atualmente.
“Então, tudo que utiliza placas de circuito impresso pode ser afetado. Como, por exemplo, inversores fotovoltaicos, microinversores e otimizadores”, disse Mateus Vinturini, especialista em sistemas fotovoltaicos.
Em meio a este cenário, de acordo com a DigiTimes – jornal diário para indústrias de semicondutores, eletrônicos, computadores e comunicações em Taiwan e na região da Grande China –, os custos das folhas de cobre usadas para fazer os CCLs estão aumentando.
Consequentemente, está colocando uma pressão significativa sobre os fabricantes de PCBs (o que envolve desde computadores até placas lógicas dos inversores) para aumentar suas cotações de preços. Segundo o site especializado em tecnologias TechPowerUp, isso geralmente resulta em dois tipos de ações tomadas pelo fabricante: subir o preço ou reduzir a margem de lucro do produto.
“Os valores do cobre aumentaram 35% desde o quarto trimestre de 2020, portanto, a alta dos custos é inevitável. Com a elevação do MSRP (Preço Sugerido pelo Fabricante) representando uma tendência comum na indústria de computadores no período passado, tal fator poderia facilmente se traduzir no aumento da estrutura de preços dos fabricantes”, disse a TechPowerUp, em nota.
“Isso significa que nós, como consumidores, poderíamos ver valores mais altos de placas de circuito impresso complexas, especialmente aqueles modelos com PCBs feitos de uma grande quantidade de camadas de cobre”, conclui a nota.
No entanto, na visão de Vinturini, mesmo com tais aumentos de custos, espera-se que a solar continue crescendo em ritmo acelerado. “O mercado prevê estabilização do fornecimento de semicondutores entre 2022 e 2023 no máximo”, ressaltou o especialista.