A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta terça-feira (21) um novo reajuste nos valores das bandeiras tarifárias. A maior alta foi no valor na bandeira vermelha patamar 1 (63,7%).
A bandeira amarela vai subir 59,5%, e a vermelha patamar 2 aumentará 3,2%. A bandeira verde é a única que não sofreu reajuste e seguirá sem a cobrança extra. Os novos valores entram em vigor a partir do dia 1º de julho e serão válidos até meados de 2023.
Os valores aprovados ficaram acima dos que foram colocados inicialmente em consulta pública. Segundo a Agência, a alteração foi necessária para inclusão de alguns parâmetros no cálculo dos valores.
Confira como ficam os novos valores:
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Bandeira Verde: segue sem a cobrança do custo adicional;
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Bandeira Amarela: valor sobe de R$ 1,874 para R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos (+ 59,5%);
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Bandeira Vermelha 1: valor sobe de R$ 3,971 para R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos (+ 63,7%);
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Bandeira Vermelha 2: valor sobe de R$ 9,492 para R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos (+3,2%).
A revisão dos valores das bandeiras acontece anualmente, normalmente na metade do ano. Vale lembrar que a bandeira “escassez hídrica” foi extinta em maio deste ano. A modalidade foi criada para entrar em operação de maneira excepcional entre os meses de setembro de 2021 e abril de 2022 com forma de minimizar os impactos da crise hídrica no país.
Desde que a bandeira de escassez hídrica foi extinta, o país está sob efeito da vigência da bandeira verde, que, segundo a Aneel, deve continuar vigorando até o fim do ano em razão da boa recuperação do nível dos reservatórios brasileiros. A Agência, contudo, não descarta aplicar a cobrança da tarifa extra a partir de 2023.
Distribuidoras
A ANEEL também aprovou nesta terça-feira (21) o reajuste tarifário anual de cinco distribuidoras de energia elétrica. Os aumentos entram em vigor nesta semana (em dias diferentes) e impactam cerca de 17,3 milhões de unidades consumidoras.
Os maiores aumentos aprovados foram em duas distribuidoras do Grupo Energisa: Nova Friburgo (19,2%) e Minas Gerais (13,4%), que juntas atendem mais de 500 mil unidades consumidoras.
Ambos os reajustes entraram em vigor nesta quarta-feira (22) e os itens que mais impactaram a correção das duas companhias foram os encargos setoriais e os custos de compra de energia, segundo a Agência.
A ANEEL também aprovou os reajustes anuais nas tarifas de energia da Cemig (5,22%), da Copel (1,58%) e da RGE Sul (8,41%).
Com sede em Belo Horizonte, a Cemig atende 8,8 milhões de unidades consumidoras no estado de Minas Gerais. Dos componentes que mais impactaram neste processo, destacam-se os encargos setoriais e as atividades relacionadas à distribuição de energia.
Os mesmos motivos também justificam o reajuste aprovado com relação a Copel, que atende cerca de 5 milhões de unidades consumidoras paranaenses.
No caso da RGE Sul, que presta serviço para 3 milhões de unidades consumidoras do Rio Grande do Sul, além dos encargos setoriais e custos com distribuição, outro item que impactou a correção foi a retirada de componentes financeiros estabelecidos no último processo tarifário.
De acordo com a ANEEL, em todos os casos mencionados o reajuste seria maior se não fosse “atenuado” por fatores como o repasse de R$ 5 bilhões obtidos a partir da privatização da Eletrobras, além da devolução de ICMS e da aplicação de recursos da Conta Escassez Hídrica.