Um estudo publicado, na semana passada, pelo Iema (Instituto de Energia e Meio Ambiente) revela que em vinte anos a geração térmica fóssil teve um aumento de 177% no Brasil , crescendo de 30,6 TWh em 2000 para 84,8 TWh em 2020.
De acordo com o órgão, as emissões de gases de efeito estufa no setor elétrico aumentaram 90% no período.
O levantamento também destaca que oito das dez usinas termelétricas do país que mais emitiram CO2 tinham o carvão como fonte provedora de energia.
Para o Iema, os dados acendem um alerta para o planejamento energético nacional, onde as termelétricas a combustíveis fósseis ganharam espaço como alternativas imediatas à crise hídrica e o risco de racionamento de energia.
Os números também indicam que o Brasil tem andado na contramão daquilo que preveem os principais países do mundo: reduzir as emissões e atingir a neutralidade de carbono até 2050 para conter os avanços e as consequências do aquecimento global.
PDE 2031
Em novembro do ano passado, o Brasil prometeu na COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), ao lado de mais de 40 países, que assumiria o compromisso de eliminar o uso da energia a carvão, uma das fontes mais poluentes do mundo.
No entanto, no novo PDE (Plano Decenal de Energia), lançado em 2022, consta a contratação obrigatória de 8 GW de geração termelétrica em todas as regiões do país entre os anos de 2026 e 2030.
O documento também propõe a postergação de subsídios e da vida útil de usinas a carvão mineral até 2040, mas, não prevê uma expansão da geração de fontes renováveis, como solar e eólica, até o fim de 2027.