A Arquidiocese de Campo Grande ingressou na Justiça alegando ter sido vítima de um golpe aplicado por uma empresa do setor de energia solar, que teria deixado de realizar os serviços contratados para instalação de painéis fotovoltaicos nas dependências da entidade.
Em comunicado oficial, Dom Dimas, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese sul-mato-grossense, explicou que o projeto elaborado com a empresa (que não teve o nome revelado) tinha como objetivo buscar soluções sustentáveis para as instalações da igreja.
“Foi com esse espírito que um significativo projeto na área de energia havia sido elaborado, seguindo as etapas necessárias para que o resultado fosse a geração de energia limpa com redução de custos na conta de energia para todas as Paróquias, Capelas e Comunidades”, escreveu o pontífice.
De acordo com Dom Dimas, o projeto foi apresentado ao Conselho Econômico e ao Colégio de Consultores, órgãos canonicamente oficiais para ajudar na administração extraordinária dos bens da Igreja, e discutido em reunião geral do Clero, antes de ser aprovado.
“O fornecedor escolhido, que havia apresentado a proposta menos custosa, não cumpriu sua parte do contrato, o que nos obrigou a medidas de natureza cível e criminal, que já estão em andamento. Neste novo processo, fomos surpreendidos com a constatação de que a mesma empresa também lesou outros clientes”.
Dom Dimas ainda pediu orações aos fiéis para ajudar a Arquidiocese nas medidas que serão tomadas para angariar recursos e sanar a dívida adquirida pela entidade religiosa. “Juntos, com a graça de Deus, haveremos de superar essa tormenta”, finalizou o arcebispo.
Golpe poderia ter sido evitado?
O número de crimes aplicados no setor de energia solar tem se tornado uma prática cada vez mais comum no Brasil. Isso porque, muitos criminosos se aproveitam da falta de conhecimento da grande maioria dos consumidores e de empresas para praticarem os mais diversos golpes.
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Gustavo Tegon, cofundador da Esfera Solar e profissional com experiência no setor de vendas de sistemas fotovoltaicos, explica que o prejuízo financeiro adquirido pela Arquidiocese de Campo Grande, por exemplo, poderia ter sido evitado se a entidade religiosa não tivesse cometido dois erros cruciais:
- Ter negociado com uma empresa sem checar o seu histórico de atuação no mercado;
- Ter realizado a compra do sistema com os olhos muito voltados para o preço mais atrativo.
Segundo ele, é fundamental sempre entender quem é a empresa que está por trás da proposta. “Não existe proposta milagrosa. Em um comparativo com outras empresas, dificilmente não haverá equilíbrio nos valores. Depois, é preciso falar com os clientes que de fato já foram atendidos por essa empresa, para saber se todo processo foi de acordo com o prometido na hora da venda”, ressalta ele.
Tegon pontua que também é importante entender que em nenhum setor de negócio o preço fora de padrão condiz com a garantia que a entrega será feita no nível esperado, visto a redução de custos que esse projeto pode estar passando.
6 respostas
infelizmente este tipo de situação vem se tornando comum…acredito que tanto o nome da empresa quanto dos responsáveis deveriam ser escancarados, pois certamente pode existir mais pessoas que foram lesadas e acabam não sabendo, ou ainda, pessoas que sem saber acabam caindo no jogo sujo destas empresas enquanto a justiça ainda não é aplicada.
em situações como essa que não vejo motivo pra não dizer o nome da empresa em questão.
com certeza muitos outros deixaria de ser enganados
Boa tarde, José, tudo bem? Infelizmente eles optaram por não divulgar o nome da empresa, conforme dito no segundo parágrafo: “Dom Dimas, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese sul-mato-grossense, explicou que o projeto elaborado com a empresa (que não teve o nome revelado)”. Qualquer dúvida ficamos à disposição!
o nome da empresa é Solar Power Photovoltaic, deu golpe em centenas de pessoas
Curioso como não se verifica os dados de uma empresa para contratar. Para mim isso é falta de responsabilidade na gestão de dinheiro público. Com Milhares de fies não encontraram alguns profissionais que poderiam fazer diagnósticos? Quem será responsabilizado?
a empresa estava regulamentada, tinha registro no CREA, contratos foram registrados, porém o proprietário Douglas da Silva Andrade, pegou todo dinheiro e fugiu