A Bloomberg anunciou o lançamento de uma ferramenta de negociação eletrônica sem encargo de comissões para o mercado de energia brasileiro.
Adicionada ao Terminal Bloomberg, a solução oferece suporte à negociação em todos os principais instrumentos de energia e permite que as contrapartes de commodities over-the-counter (OTC) enviem e recebam solicitações de cotação e executem negociações eletronicamente.
De acordo com a companhia, existem ferramentas para leilões por meio de negociações bilaterais e preços para uma estrutura de prazo de até cinco anos.
“O serviço conecta traders por meio de operações instantâneas, auditáveis e sem comissão, adicionadas aos fundamentos, ferramentas, notícias e dados existentes da Bloomberg”, explicaram.
Segundo Geraldo Coelho, executivo de negócios da Bloomberg na América Latina, a negociação eletrônica de energia por meio da Bloomberg cria uma solução robusta para o poder de compra e venda no Brasil”.
“Com maior transparência, eficiência e eficácia, os participantes do mercado poderão tomar decisões mais bem informadas sobre suas exposições de energia”, ressaltou.
Ampliação do mercado livre
O mercado brasileiro de comercialização de energia está crescendo rapidamente, mas precisa de mais transparência, eficiência e tecnologia, de acordo com palestrantes presentes no recente “Brazil Power Event”, realizado no escritório da Bloomberg em São Paulo.
Os investimentos em energia renovável ultrapassaram US$ 1 trilhão globalmente, mais do que as contribuições feitas às energias fósseis, apontou uma pesquisa da BloombergNEF.
A BNEF também descobriu que o Brasil está liderando os investimentos em energia limpa na América Latina devido à sua experiência na produção de energia renovável e vastas fontes de energia eólica e solar.
O objetivo agora é ajudar o mercado brasileiro de energia a continuar se expandindo e caminhando ainda mais em direção a uma economia de baixo carbono, disseram os palestrantes do evento, incluindo Vinicius Nunes, da BNEF.
“A melhor maneira de fazer isso é dar aos players de energia — geradores, distribuidores e comerciantes — as ferramentas de que precisam para movimentar os mercados”, disse.
Outros palestrantes do evento incluíram Adriana Dupita, economista sênior da Bloomberg para Brasil e Argentina; Itamar Lessa, diretor de Comercialização da Casa dos Ventos e Rafael Tripode, gerente de Comercialização da Raízen.
“O mercado livre tem crescido de forma relevante no Brasil nos últimos anos e a nossa percepção é que ferramentas robustas e sofisticadas são fundamentais para continuar fornecendo soluções customizadas para os nossos parceiros”, afirmou Lessa.
“Nosso entendimento é que o setor de energia, catalisado pelas fontes renováveis, pode ser um dos protagonistas da reindustrialização e da retomada do crescimento do país”, destacou.
Para Tripode, o mercado livre de energia brasileiro é uma vantagem competitiva. “A comercializadora independente de energia é capaz de oferecer produtos e serviços com uma velocidade que o mercado cativo não possui”.
“Temos o desafio de incentivar a criação de mão de obra especializada e investir na formação de profissionais para ampliar esse ambiente de sucesso”, concluiu.