Startup de Joinville (SC) cria a 1ª usina solar tokenizada do Brasil

Os tokens são mantidos na carteira digital de cada uma das pessoas que investiu
Canal Solar Startup de Joinville (SC) cria a 1ª usina solar tokenizada do Brasil
Projeto Genesis a primeira usina solar fotovoltaica tokenizada do Brasil

O projeto Genesis é a primeira usina solar tokenizada em operação no Brasil. A planta fotovoltaica de 15,4 kWp foi construída em outubro de 2022 pela TAB Energia, empresa Epcista solar de Joinville (SC), no telhado de seu próprio escritório industrial.

A usina foi 100% financiada por meio de financiamento coletivo, onde os investidores compraram cotas da planta adquirindo tokens NFT (Non-fungible Token), de R$ 100 cada. Esse é o modelo de negócio da startup IPE Assets, criada em março de 2022, também em Joinville e que é incubada pela TAB.

Para Michel Pabst, cofundador da IPE Assets e entusiasta da tecnologia blockchain, a proposta reúne as principais tendências de inovação do mercado de energia e de investimentos.

“Fontes renováveis estão na vanguarda da transição energética pela baixa pegada de carbono, assim como a tecnologia de blockchain, que tem o potencial de democratizar o acesso a investimentos em energia limpa, antes mais restritos a venture capital, family offices e fundos de investimento e também oferecer uma oferta global de um ativo real através de tokens NFT”, comenta Pabst.

O executivo ainda explica que a inovação do financiamento coletivo se dá pelo fracionamento do capital de investimento (Capex) das usinas em tokens NFT, onde cada token é a representação digital da fração mínima desse CAPEX.

Neste modelo, cada investidor adquire um ou mais tokens e ajuda a viabilizar a construção da usina que, uma vez ligada, vai gerar energia e injetar na rede da concessionária local gerando créditos, conforme o modelo de GD (geração distribuída).

Esses créditos abatem o consumo de energia de consumidores finais. O pagamento da fatura com esse abatimento por sua vez remunera a usina e consequentemente os investidores e investidores.

Os tokens são mantidos na carteira digital de cada uma das pessoas que investiu. Nessa mesma carteira são depositados os dividendos mensais, oriundos dos créditos gerados pela usina.

A IPE ainda dolariza esses dividendos antes de depositar nas carteiras dos investidores. Com isso, ela se torna uma excelente oportunidade de dolarizar – além do DCA (Dólar Cost Average) – e uma ótima alternativa para quem busca diversificar a carteira de investimentos, com a vantagem adicional de ser livre de imposto de renda.

Modelo de negócio da tokenização de usinas da IPE Assets
Modelo de negócio da tokenização de usinas da IPE Assets

O cofundador da startup destaca ainda que esse modelo de negócio já existe em outros mercados, como o imobiliário, por exemplo, onde um empreendimento é tokenizado na planta e os investidores são remunerados pelo aluguel dos imóveis, quando finalizados.

No entanto, no mercado solar fotovoltaico apesar de várias iniciativas prévias, o projeto Genesis é o primeiro a ser entregue e a pagar dividendos aos investidores.

“Essa é uma importante milestone no processo constante de consolidação do mercado de integração solar e também da tokenização de ativos: o MVP da startup já pagou 5,54% do aporte nos primeiros cinco meses de 2023, o que dá um horizonte de retornos acima da renda fixa no Brasil, mesmo em um cenário de alta da Selic (atualmente em 13,75% a.a.)”, pontua Pabst.

Ele destaca ainda que o investimento em renováveis não terá seu retorno atrelado à taxa básica de juros, estando na verdade correlacionado com a inflação energética, que historicamente é superior às taxas de inflação oficiais do país.

Pabst também reforça a importância de trabalhar em parceria com a TAB Energia, que acreditou no projeto e incuba a startup, lançando mão dessa forma de todo seu time de engenharia e técnico, mitigando assim os riscos de execução e operação das usinas tokenizadas pela IPE Assets, o que segundo o cofundador da startup é essencial para a segurança do investimento.

Segundo Lucas Lima, coordenador de novos negócios da IPE Assets, essa modalidade de financiamento de ativos traz em sua essência todos os pilares da ESG, pois o core business é tokenizar usinas de energias renováveis, democratizar a oportunidade de aportar em usinas para investidores pessoa física e dada a natureza das transações em blockchain, que são sempre 100% públicas e auditáveis.

“A coisa toda é muito simples, o token é como se fosse a ficha da festa junina que compramos no caixa, só que não é mais no papel, agora é digital. Ninguém precisa pagar a festa sozinho, se quiser pode, mas a ideia é que cada pessoa contribua um pouco e todos terão suas partes proporcionais no lucro”, exemplifica Lima.

“Além disso, o conceito de NFT é como na festa: cada ficha é de uma brincadeira, comida ou bebida diferente, elas não se misturam. Na startup é da mesma forma, os tokens de uma coleção não se misturam com os de outra. Cada usina é uma coleção”, acrescenta.

Ele pontua que uma vantagem dessa versão digital da ficha é que a tecnologia blockchain permite registrar a história de cada token. “Dessa forma nem na mesma coleção eles se misturam pois sabemos todas as transações que ocorreram em cada token, e esse é o componente que traz segurança ao processo. Se alguém vender ou transferir esse token de carteira, o pagamento do dividendo, que é via contrato inteligente, segue o token, pagando sempre o portador”, acrescenta.

Atualmente, a IPE possui a coleção Genesis 1, em operação desde 2022. Esse projeto está em expansão de novos 40 módulos (Genesis 2). Essa expansão entrará em operação em junho de 2023.

Todo o conteúdo do Canal Solar é resguardado pela lei de direitos autorais, e fica expressamente proibida a reprodução parcial ou total deste site em qualquer meio. Caso tenha interesse em colaborar ou reutilizar parte do nosso material, solicitamos que entre em contato através do e-mail: redacao@canalsolar.com.br.

Picture of Ericka Araújo
Ericka Araújo
Head de jornalismo do Canal Solar. Apresentadora do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado fotovoltaico. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias Relacionadas

Notícias Relacionadas

[the_ad_group id="6675"]
Receba as últimas notícias

Assine nosso boletim informativo semanal

Baixe Agora Seu Exemplar!

Preencha os dados acima e receba seu exemplar gratuito da Revista Canal Solar.

Baixe Agora Seu Exemplar!

Preencha os dados acima e receba seu exemplar gratuito da Revista Canal Solar.