Após a incorporação da Renovigi à superintendência de energia do Grupo Intelbras, no início de 2022, a empresa obteve melhorias nos processos de desenvolvimento de produto, produção e logística. Entre os ganhos da nova operação do negócio destacam-se as estruturas compartilhadas com as demais unidades do grupo, como o escritório em Shenzhen, na China.
No local, atuam cerca de 70 colaboradores, incluindo Aliena Luo, colaboradora de Suprimentos Internacionais da Renovigi, que esteve em visita ao Brasil e explicou toda a dinâmica dos processos.
Segundo ela, o escritório na China opera como um centro de supply chain, onde os funcionários são responsáveis pelo abastecimento estratégico, controle de qualidade e fabricação dos equipamentos. “As operações na China estão acontecendo por volta de 20 anos. Então, nós temos pessoas muito experientes lá, trabalhando para o grupo Intelbras há mais de 10 anos”.
Antes de dar início ao desenvolvimento de novos produtos para o Brasil, a estrutura na Ásia é responsável por uma apuração criteriosa entre fornecedores e potenciais fornecedores, com intuito de escolher um parceiro que atenda aos requisitos de qualidade exigidos.
“No time a que pertenço, nós fazemos o sourcing antes de começarmos os projetos para o mercado brasileiro, principalmente quando um novo produto será lançado. Em geral, vamos ao mercado e às exibições na China, fazemos visitas aos fornecedores e potenciais fornecedores, para que possamos escolher e termos certeza que estamos selecionando o parceiro certo”, explicou.
Controle de produção in loco
Com exceção do painel Finame 550W – que é fabricado no Brasil e viabiliza o acesso às linhas de crédito do BNDS – os equipamentos fotovoltaicos da companhia são produzidos na China.
“Nós treinamos nossos times para que façam as inspeções e que ajudem nossos fornecedores a entender nossos processos e seguir a qualidade que nós esperamos dos produtos. Usando o painel como exemplo, nós seguimos estritamente os requerimentos do INMETRO para produzirmos os módulos para nossos clientes aqui, e vamos às linhas de produção para checar cada lote e ter certeza de que estamos alcançando os requisitos”, esclareceu Aliena.
Guilherme Costa, gerente geral executivo da Renovigi, enfatizou que o propósito principal da unidade e da auditoria in loco é trazer produtos de qualidade para a empresa.
“Acreditamos no quão importante é a qualidade dos equipamentos. E estamos falando de produtos de solar, com longas garantias. Então, não podemos brincar com isso. Esse é um comprometimento que a Renovigi tem com seus clientes. Estamos há 11 anos no mercado. Temos uma longa história e agora fazemos parte de um grupo bastante forte, com 47 anos de mercado”, relatou.
Além disso, Costa destacou a importância dos processos desenvolvidos na estrutura na Ásia, antes do produto ser enviado para o Brasil. “Uma coisa é escolhermos o parceiro certo, e outra é termos certeza de que o produto está vindo com o padrão de qualidade que nós exigimos”.
De acordo com Aliena Luo, o processo de garantia de qualidade é dividido em duas partes. Inicialmente são feitas visitas aos fornecedores e é determinado que há possibilidade de negócio. Assim, uma equipe é enviada para conferir a qualidade da fábrica, se a mesma atende aos requisitos da ISO e certificar de que todos os documentos estão em ordem.
“A segunda parte conduz efetivamente as negociações com os fornecedores e ao final passa o bastão ao time de inspeção que tem a missão de inspecionar cada lote de produtos a ser embarcado aos clientes da Renovigi no Brasil”, comentou.
Ademais, ela complementou que a busca pela excelência se mantém do início ao fim do processo, ao dizer: “por volta de 40 pessoas do time estão encarregadas do controle de qualidade. Portanto, todos os dias nós temos vários colaboradores indo para diferentes lugares e fábricas para inspecionar nossos produtos antes que sejam despachados”.
Posicionamento estratégico no mercado solar
Prestes a completar 50 anos de favorável relação bilateral junto ao Brasil, a China é um dos maiores parceiros comerciais do país, conforme destaca o relatório Securing Clean Energy Technology Supply Chains (2022) da IEA (Agência Internacional de Energia).
Além de fornecedora de bens importados, o país é líder mundial na cadeia de suprimentos de energia solar fotovoltaica, sendo uma localização extremamente estratégica para todas as fabricantes que atuam no setor.
Segundo a Renovigi, a produção em outros países, como no Brasil, ainda é inviabilizada em larga escala por não alcançar a competitividade dos custos do suprimento fabricado no território chinês – que concentra 80% da fabricação global, conforme estima a IEA.
Na prática, afirmaram que a localização estratégica permite que a fabricação de produtos como os módulos, por exemplo, que são os itens mais custosos em um sistema, tenham preços cerca de 50% a 65% menores que em outras partes do mundo.
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