Reduzir as emissões globais de gases tóxicos na atmosfera para níveis pré-industriais e alcançar a neutralidade de carbono representam um dos maiores desafios para a humanidade.
Essa é a principal conclusão apresentada por um novo estudo realizado pela Wood Mackenzie, ‘Serviços de transição energética’ , que cita três rotas diferentes com grandes ambições para que o mundo alcance a tão sonhada transição energética
Cenário mais provável
O primeiro cenário citado no estudo é o “Cenário mais provável”, que incorpora a evolução das políticas atuais e o avanço tecnológico que ocorrerão no futuro. “Os projetos de captura CCUS (Carbon capture – captura de carbono) e de hidrogênio de baixo carbono entram em fase de execução” afirmou o estudo. “Contudo, a sua contribuição para a redução das emissões é limitada nesta década porque a economia ainda não funciona sem subsídios”, completou.
Neste cenário, a busca de eletricidade duplicará até 2050. A energia solar e eólica representam 30% do fornecimento global de energia e ajudam a produzir 156 Mt de hidrogênio com baixo teor de carbono.
Além disso, a busca por petróleo atinge o seu máximo em 2032, e a procura por gás natural continua uma tendência e cresce até 2041. Ambas atingem o seu pico.
Já as projeções do estudo afirmam que será necessário um investimento de 1,9 biliões de dólares anualmente. “Com o upstream representando 27% deste investimento”, afirmou.
Metas dos países
Neste cenário, a segurança energética e a tecnologia são os principais impulsionadores. Segundo a Wood Mackenzie, as políticas baseadas em incentivos impulsionam a concorrência, e a corrida ao avanço tecnológico e à inovação são características fundamentais.
Neste contexto, também é utilizado de forma significativa as tecnologias hipocarbónicas e, diferente do “Caso base”, ele oferece uma oportunidade mais rápida para reduzir custos.
“A procura de petróleo permanece na faixa de 90 a 100 mb/d até 2035 e termina com aproximadamente 50 mb/d em 2050. A procura de gás continua a aumentar e atinge o pico de 4.200 bcm em 2030 e diminui para cerca de 3.000 bcm em 2050”, disse o estudo.
Para este cenário, será necessário um investimento de 60 bilhões de dólares entre 2023 e 2050 (um aporte médio anual de 2,2 biliões de dólares). Conforme a pesquisa, as energias renováveis atraíram 73% deste investimento e o upstream 14%.
Zero Líquido até 2050
Este cenário afirma que precisamos lidar com três desafios: garantir que a população tenha energia suficiente para suas necessidades (soberania energética); garantir que a energia seja segura para se usar (segurança energética); e garantir que essa energia não cause problemas ao meio ambiente (sustentabilidade).
Para lidar com esses gargalos, o estudo afirma que é necessário que uma ação imediata seja feita por meio das políticas revolucionárias da REPowerEU e da Lei de Redução da Inflação.
As relações comerciais estabelecidas impulsionam a busca por novas tecnologias, como CCUS, hidrogênio e amônia de baixo teor de carbono.O estudo traz uma projeção na participação dos combustíveis fósseis em que o fornecimento de eletricidade cai dos atuais 80% para cerca de 20% até 2050.
“Foram impulsionados principalmente pela rápida eletrificação fornecida pela energia solar, eólica, nuclear avançada, geotérmica e pelo hidrogênio e seus derivados”, destacaram.
Conforme a Wood Mackenzie, o gás natural continua ser o hidrocarboneto mais resistente, e a sua produção e consumo são reduzidos pela CCUS e por soluções baseadas na natureza. A procura de petróleo e gás em 2050 atinge 30 mb/d e 2 300 bcm, respetivamente.
“No nosso cenário de emissões líquidas nulas até 2050, o investimento de capital necessário aumenta para 75 biliões de dólares (2023-50), o que corresponde a um capex médio anual de 2,7 biliões de dólares”, explicaram.
Os planos de emissões líquidas zero em escala global significam um rápido crescimento das energias renováveis, dos combustíveis de baixo carbono e das tecnologias emergentes.
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