A ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída) e o LESF (Laboratório de Energia e Sistemas Fotovoltaicos), ligado à FEEC (Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação) da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), reuniram-se no começo deste mês para discutir parcerias e ações conjuntas para o setor solar.
O interesse das duas instituições é promover a capacitação de profissionais e a certificação de equipamentos e impulsionar pesquisas sobre o setor. A parceria foi discutida em uma reunião entre o presidente da ABGD, Carlos Evangelista, o presidente do Conselho da ABGD, Guilherme Chrispim, e o professor doutor Marcelo Gradella Villalva, coordenador do laboratório da UNICAMP.
Em um primeiro momento, as duas instituições vão elaborar um memorando de entendimento e em seguida propor ações conjuntas. “A geração distribuída de energia elétrica cresce a cada dia e tem grande potencial para se desenvolver no Brasil, mas para darmos um salto na produção de energia limpa é fundamental qualificar pessoas e desenvolver conhecimento sobre nosso setor; por isso o mercado e a academia precisam estar próximos”, comentou Guilherme Chrispim, presidente do Conselho da ABGD, sobre o encontro.
Além da difusão de informações, o executivo explica que o setor de renováveis é um dos que mais gera empregos no mundo. De acordo com a IRENA (Agência Internacional de Energias Renováveis), são mais de 11 milhões de postos de trabalho.
“A conscientização ambiental da população vem crescendo e a GD é uma alternativa viável para reduzirmos os impactos ambientais da geração de energia, mas ainda há muito desconhecimento sobre como fazer a transição, por isso a divulgação de informações é muito importante”, acrescentou.
Já o professor Villalva enfatizou a importância da aproximação entre empresas e a universidade, o que será viabilizado por meio da parceria com a ABGD. “O laboratório de sistemas fotovoltaicos da UNICAMP está de portas abertas para empresas interessadas na certificação e no desenvolvimento de produtos para o setor solar”.
“Somos um dos laboratórios designados pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) para testes de inversores e módulos fotovoltaicos no Brasil. Além disso, oferecemos a possibilidade de empresas realizarem teste adicionais para seus produtos.”, relatou.
Villalva ainda informou que o LESF está implantando algumas metodologias de qualificação de módulos e inversores fotovoltaicos, com testes que até então não eram realizados no Brasil.
Na área de inversores, por exemplo, serão oferecidos testes para qualificar o comportamento dos equipamentos em condições de operação com temperatura elevada, bem como atestar a eficiência de algoritmos de MPPT (rastreamento de ponto de potência máxima), entre outras coisas.
O professor ainda comentou que na área de módulos fotovoltaicos, em breve o laboratório irá oferecer ensaios da norma internacional IEC 61215, que inclui testes de clico térmico, exposição intensa à radiação UV, estresse mecânico e degradação em ambiente salino, entre outros.