Nesta semana, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) intimou à Enel SP pelo descumprimento do plano de contingência acordado após o evento de 3 de novembro de 2023, além do atendimento inadequado após a tempestade do último dia 11 de outubro, que deixou milhares de consumidores sem energia por uma semana. De acordo com o regulador, essa é a primeira etapa para o possível processo de caducidade da concessão.
Os eventos climáticos extremos têm se tornado cada vez mais comuns no Brasil, desafiando a capacidade das redes de transmissão e distribuição de suportar essas situações. Exemplos recentes como os ocorridos no Rio Grande do Sul e em São Paulo reforçam essa nova realidade.
Diante desse cenário, a ANEEL deverá abrir nos próximos dias uma Consulta Pública para discutir aprimoramentos regulatórios com o objetivo de aumentar a resiliência das redes elétricas frente aos eventos climáticos extremos.
O tema já foi debatido anteriormente durante a Tomada de Subsídios nº 02/2024, realizada entre 9 de fevereiro e 9 de abril deste ano. Nesta primeira rodada, foram recebidas 1.045 contribuições de 56 participantes. A partir dessa análise inicial, a ANEEL identificou a necessidade de padronizar os planos de contingência.
No setor de distribuição, esses planos devem incluir monitoramento climático, mobilização de recursos, treinamentos e simulações, relatórios, coordenação com órgãos externos, comunicação interna, equipes de resposta a emergências, análise de riscos e atendimento ao consumidor, entre outros pontos.
Para o setor de transmissão, a ANEEL propôs requisitos mínimos, como: identificação e análise de riscos, definição de níveis de contingência, plano de ação para cada nível, infraestrutura de apoio, organização e disponibilidade de materiais, treinamentos, simulações regulares, atualização dos planos e melhoria contínua. A estrutura de apoio mínimo para a transmissão deve incluir: equipamentos de reserva, torres de emergência, armazenamento de cabos, torres sobressalentes e ferramentas.
Ações de menor impacto, mas de fácil implementação a curto prazo, podem ser adotadas tanto nos sistemas de distribuição quanto de transmissão, como a gestão da arborização urbana, planos de comunicação com a sociedade e autoridades, além do compartilhamento de recursos.
“O papel das distribuidoras e transmissoras de energia vai além da simples entrega de eletricidade; elas são cruciais em várias atividades econômicas e sociais. Em tempos de mudanças climáticas, com os eventos extremos se tornando cada vez mais frequentes, a capacidade dessas empresas de responder prontamente a interrupções no fornecimento é fundamental”, afirmou a ANEEL em nota à imprensa.
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