A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) atualizou na última quinta-feira (1), o processo que pauta a atualização da REN 482 (Resolução Normativa n.º 482/2012), que regulamenta as regras para a GD (geração distribuída) no Brasil.
Segundo associações do setor, os documentos que se tornaram públicos ao mercado brasileiro trazem mudanças negativas para o setor.
Em nota, a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) informou que a minuta atualizada pela ANEEL representa uma sinalização de quebra de palavra da Agência perante os agentes do setor, o Congresso Nacional e a sociedade.
Na avaliação da entidade, a proposta tem como objetivo atender às expectativas das distribuidoras, usando como justificativa o parecer do TCU (Tribunal de Contas da União), que tem sido considerado ilegal por diversos juristas.
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Bárbara Rubim, vice-presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, disse que a decisão da Agência é um retrocesso para o país. “Até pareceu uma piada de 1º abril, mas, infelizmente, não é. A ANEEL quebrou a confiança dos agentes do setor e do Congresso Nacional”, iniciou sua explicação.
“Não faz muito tempo que a ANEEL declarou que deixaria a cargo do Congresso decidir sobre o sistema de GD. Mas, a proposta trazida conseguiu ir além do absurdo apresentado em outubro de 2019 e, não só desconsiderou todos os benefícios da GD, como também é uma afronta ao Conselho Nacional de Políticas Energética. Todos nós sabemos da urgência de aprovarmos um novo marco legal para o setor, via Projeto de Lei 5829”, concluiu ela.
Segundo a ABSOLAR, há poucos indícios de que o posicionamento assumido pela ANEEL sofrerá alterações. “Isso reforça a necessidade de nos mobilizarmos para assegurar a votação e aprovação no menor prazo possível do PL 5829”, destacou a nota da associação.
Assista: Decisão do TCU gera insegurança na indústria fotovoltaica
A advogada Marina Meyer, diretora jurídica da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída), comenta que a nova minuta elaborada pela Agência traz como atualização da resolução 482 a alternativa 5, apresentada no fim de 2019.
Segundo ela, neste cenário, a ANEEL prevê taxar a fonte fotovoltaica por meio da cobrança de 62% do uso do fio. “A ANEEL desconsiderou toda a conversa que teve com o setor durante mais de dois anos (…) o que significa acabar com a GD em todo Brasil. Não podemos aceitar isso”, disse Marina.
2 respostas
Pois eu instalei Energia solar faz menos de um mês e vou lhes dizer uma coisa, quando começarem a taxar o sol que Deus nos concedeu para a vida eu mando tirar da concessionária e compro um banco de baterias bom, mesmo que fique bem mais caro pra mim, e vou aproveitar meu investimento alto grátis do sol. E se todos que fizeram isso pudessem fazer o mesmo iria sobrecarregar o sistema causando apagões e poluição generalizada dle deixava foder com tudo. Governo filho da puta.
Impressionante como a Agência atende a interesses específicos. Os geradores perdem mercado e fazem lobby contra a energia solar. Já não basta o GSF. UMA UNICA PERGUNTA: Porque o custo da energia térmica evitada não entra no cálculo do custo do fio ? É má fé ? Ou a Agência não tem capacidade de calcular e transferir os benefícios que um segmento leva para o outro ? Estranho.