O Brasil será o país que terá o menor custo na produção de hidrogênio verde, tornando-se um protagonista no mercado mundial. Essa é a avaliação de Kobad Bhavnagri, Global Head Of Strategy, BloombergNEF.
Segundo o executivo, o Brasil tem potencial para ser altamente competitivo e se tornar um dos principais exportadores do combustível no mundo todo. A avaliação foi realizada durante o “BNEF Fórum: Aproveitando o potencial de transição energética do Brasil”.
Luiza Demôro, global head of energy transitions da BloombergNEF, reafirmou a avaliação de Bhavnagri e ainda destacou que o Brasil além de ser um dos produtores mais baratos de hidrogênio verde no mundo, se desponta quando o assunto é matriz energética limpa.
O evento, realizado na sede da BloombergNEF em São Paulo (SP), teve como principal objetivo debater a transição energética no mundo e explorar as oportunidades para o mercado brasileiro.
O CEO da BloombergNEF, Jon Moore, explorou bem este tema na palestra “A Transição energética: investimentos, necessidades e oportunidades”. O executivo mostrou o cenário atual do mercado de energia na Europa, que vem tendo oscilações nos preços médios de energia devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Este cenário de guerra fez com que os países europeus buscassem independência energética, trazendo mudanças estruturais consideráveis. Moore avaliou que o sistema de energia será construído em torno das renováveis e será necessário investir trilhões para alcançar o Net zero. Este montante será vital para tornar possível o fornecimento da demanda da transição energética global.
Segundo Moore, o Brasil desponta no quesito de fontes limpas, sendo um mercado atrativo devido a sua matriz elétrica, que possui mais de 80% de energias renováveis.
Agricultura sustentável
Durante o evento, também foi debatido como o agronegócio, um dos principais setores da economia brasileira, pode ser sustentável ambiental e financeiramente.
Participaram da discussão Antonio Moreira Salles, co-fundador da MANDI; Charton Locks, fundador e diretor de Operações da Produzindo Certo; Grazielle Parenti, Latam Head Business & Sustainability da Syngenta; e Ricardo Mussa, CEO da Raízen.
Na avaliação dos participantes, o Brasil precisa buscar tecnologias que permitam que o agro produza mais utilizando menos. “Os fazendeiros estão buscando negócios para diminuir o custo com a operação. As fazendas do Brasil precisam de tecnologia para operar e temos que explorar isso”, destacou Locks.
O executivo ainda pontuou que o agro gasta muito com energia e este tipo de custo pode ser reduzido com o uso de energias renováveis, como a biomassa e a solar.