No mercado de energia solar, a China é conhecida por ser a maior potência mundial na fabricação e na exportação de equipamentos fotovoltaicos, revendendo produtos para todo o planeta.
Um estudo divulgado pela Wood Mackenzie aponta que a China será responsável por mais de 80% da capacidade global de fabricação de polisilício, wafer, células e módulos fotovoltaicos até 2026.
Esse domínio se dará mesmo com o crescimento de outros mercados, como dos Estados Unidos, da Índia e da União Europeia, que, nos últimos anos, passaram a adotar políticas mais agressivas de incentivo à produção desses insumos.
Segundo o estudo, somente em 2023, a China teria investido mais de US$ 130 bilhões na indústria solar – o que ajuda a fazer com que a sua capacidade seja suficiente para atender à demanda anual de todo o planeta até 2032.
No Brasil, inclusive, a maioria das marcas utilizadas pelos integradores e profissionais do setor vem do mercado chinês.
Somente em 2023, foram mais de 20 GW em módulos fotovoltaicos importados da China – um volume 15% superior em relação a 2022, segundo dados da Infolink Consulting.
Mudança de chave
A China investe em fontes de energias limpas há bastante tempo. Contudo, o crescimento acelerado e que a fez desgarrar dos demais países para dominar de vez a cadeia global de energia solar teve início no começo desta década em meio a forte crise imobiliária que atingiu o país.
Em 2021, o Grupo Evergrande surpreendeu a todos ao entrar com um pedido de proteção contra falência, o que causou uma turbulência gigantesca no segmento imobiliário chinês, que até hoje não se recuperou.
Preocupado com os impactos econômicos, o governo da China precisou agir e a medida escolhida para conter a crise foi investir em novas tecnologias que poderiam dominar o mercado mundial num futuro não tão distante.
Assim, o trio tradicional de carros-chefe da economia na China: roupas, móveis e eletrodomésticos, deu lugar aos painéis solares, carros elétricos e baterias de lítio.
Nesse sentido, os incentivos de municípios foram fundamentais para a geração de produtos com custos menores, enquanto que os bancos estatais forneceram empréstimos a taxas de juros baixas.
Reação
Recentemente, a China anunciou que vai acelerar ainda mais a construção de fazendas de painéis solares, além de projetos eólicos e hidrelétricos, segundo o primeiro-ministro Li Qiang.
Em resposta à situação, o governo dos Estados Unidos colocou subsídios que cobrem grande parte do custo de fabricação de painéis solares e parte do custo da instalação.
Já a Comissão Europeia, por sua vez, calculou no relatório de janeiro deste ano que empresas chinesas poderiam fabricar painéis solares de US$ 0,16 a US$ 0,19 por watt de capacidade de geração.
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