A formação de um ciclone extratropical colocou diversas residências em risco de ficarem sem acesso a energia elétrica no último final de semana em razão das fortes chuvas e da alta incidência de raios na região Sul do Brasil.
De acordo com informações do Climatempo, nestas localidades, foram registrados grandes volumes de chuva, com direito a temporais, raios e rajadas de ventos, com mais de 60 km/h.
Em Santa Catarina, por exemplo, moradores dos municípios de Abelardo Luz, Vargeão, Passos Maia e São Domingos, sofreram com uma forte chuva de granizo, que destruiu telhados de moradias e prejudicou o tráfego de veículos.
A Defesa Civil precisou distribuir lonas para os moradores por causa dos prejuízos causados nos tetos de suas residências. Em outros municípios, o volume pluviométrico ficou acima dos 100 mm e próximo da média histórica prevista para todo o mês de agosto (130 mm).
Até o fechamento desta reportagem, não haviam sido divulgados registros de problemas causados em usinas solares da região.
Mais chuvas
Na noite desta terça-feira (9), contudo, o sistema de baixa pressão atmosférica deve voltar a atingir não só a região Sul, como também o Sudeste. O fenômeno causará grandes acumulados de chuva, raios e fortes rajadas de vento, com mais de 80 km/h.
Marcely Sondermann, meteorologista do Climatempo, explica que os estados mais afetados serão Santa Catarina e Paraná. Já nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, os maiores impactos são esperados a partir de quarta-feira (10). “O risco é alto para transtornos às redes de distribuição e linhas de transmissão de energia elétrica”, explica ela.
Na avaliação do engenheiro eletricista Mateus Vinturini, especializado em sistemas fotovoltaicos e armazenamento de energia, consumidores com um sistema solar off-grid não sofrerão com quedas e oscilações de energia elétrica, já que o equipamento garante o fornecimento de energia em casos de desligamento da rede.
Proteção
Entretanto, além da falta de energia, outro ponto que traz preocupação é a proteção dos sistemas fotovoltaicos em meio às tempestades.
O engenheiro eletricista Paulo Freire, referência no setor elétrico quando o assunto é aterramento, explica que em momentos de instabilidade climática, a proteção para sistemas fotovoltaicos passa a ser um item indispensável.
“Infelizmente, não tem como evitar com que raios caiam sobre uma usina solar fotovoltaica. Então, o que tem que ser feito é investir em uma estrutura adequada de aterramento e isolamento para diminuir a vulnerabilidade e minimizar os problemas quando os raios caírem”, destaca ele.