A partir de junho deste ano, cerca de 750 moradores da Vila Restauração, comunidade ribeirinha localizada no interior do Acre, quase na divisa com o Peru, passarão a ter acesso à energia elétrica de forma contínua por meio da instalação de um sistema fotovoltaico com armazenamento de energia.
A implantação da tecnologia no local é fruto de um projeto que está sendo desenvolvido desde o ano passado pelas empresas Energisa Acre e Alsol.
A iniciativa visa melhorar a qualidade de vida dos habitantes, que atualmente só conseguem ter acesso à energia elétrica por até quatro horas diárias. “A energia para nós é vida e sem ela fica tudo mais difícil”, disse Pedro Nascimento, morador da região.
Situada na Reserva Extrativista do Alto Juruá, a 70 km do centro do município de Marechal Thaumaturgo, a Vila Restauração é atualmente abastecida por um gerador a diesel.
O equipamento, além de ser poluente e caro, é custeado pelos moradores e pela prefeitura. Para chegar ao local, um dos mais remotos do Brasil, são necessárias viagens de até oito horas em pequenas embarcações, a partir de Marechal Thaumaturgo.
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Para transformar essa realidade e levar energia aos moradores da região, a Energisa Acre e a Alsol elaboraram um projeto de pesquisa e de desenvolvimento para instalar uma usina solar fotovoltaica capaz de abastecer os cerca de 180 imóveis existentes no local.
O sistema armazenará energia solar por meio de baterias, para dar continuidade ao fornecimento quando não houver luz do sol na comunidade. “Meu sonho é poder montar o meu restaurante. Como agora vai chegar energia, tudo vai ficar mais fácil”, destacou Maria Valcélia, moradora da Vila Restauração.
Como será a logística do transporte dos equipamentos?
Os materiais que estão na sede da Alsol, em Uberlândia (MG) irão de carreta até Cruzeiro do Sul (AC), de onde seguem em balsas até a Vila Restauração. Alguns materiais referentes à rede de distribuição já estão no estado e partirão de balsa nos próximos dias, assim como o primeiro carregamento saindo de Minas Gerais. As marcas dos equipamentos que serão utilizados na comunidade são das empresas: Jinko (módulos), Unicoba (baterias) e Ingeteam (inversores).