“O futuro dos VEs (veículos elétricos) está cada vez mais próximo”. É o que afirmou Raphael Pintão, sócio-diretor da NeoCharge. De acordo com ele, a expectativa de crescimento no Brasil é exponencial para os próximos anos.
“Haverá uma participação crescente do veículo elétrico puro – o BEV – na vida dos brasileiros e, consequentemente, o desafio de criar uma rede de abastecimento para residências, comércios e rodovias. A estrutura ainda está aumentando, mas os carros eletrificados vêm se tornando uma realidade no país”, disse.
Segundo o executivo, além da questão sustentável, há quatro motivos que farão os VEs explodirem em vendas no Brasil e no mundo: “primeiramente, o custo do abastecimento, que é quatro vezes menor em relação ao automóvel a combustão, seguido pela eficiência do motor elétrico, que é de aproximadamente 95% contra algo em torno de 12% a 30% do motor à combustão”.
Outro fator importante citado pelo executivo é a manutenção, já que o veículo elétrico tem 2 mil peças móveis – o Tesla Model S, por exemplo, tem 18 (menos de 1% do veículo a combustão). “E, por último, a performance, já que o motor elétrico entrega torque máximo instantaneamente, enquanto o movido a combustão entrega o torque máximo aproximadamente a 3000 RPM (Rotação Por Minuto)”.
“Há alguma pressão contrária por parte dos fabricantes de motor a combustão e os de etanol, mas a eletrificação é um movimento sem volta e o crescimento aqui será rápido, acompanhando o resto do mundo”, afirmou.
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De acordo com o executivo, o que falta é somente um plano mais ambicioso e estruturado, de longo prazo, para substituição consciente da frota antiga pela elétrica. “O carro eletrificado tem potencial para reduzir sensivelmente a poluição urbana, inclusive a poluição sonora, já que o funcionamento do motor é muito silencioso. E outras vantagens ainda podem ser sentidas no bolso dos motoristas: estima-se que o custo por quilômetro para alimentar um elétrico é um terço menor do que se gasta com um carro a gasolina”, apontou.
Na Europa, por exemplo, alguns países já têm data para proibir a venda de veículos a combustão e algumas das maiores montadoras do mundo já anunciaram que deixarão de investir nos propulsores convencionais de combustão interna.
Neste ano, diversos fabricantes automotivos estabeleceram metas de eletrificação a médio prazo. A maioria das marcas anunciou que quer que toda – ou boa parte da linha – seja híbrida ou elétrica até 2030.
VEs e híbridos são o futuro
Os carros elétricos e híbridos podem representar a maioria dos automóveis no Brasil até 2035, segundo levantamento realizado pela Anfavea (levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em parceria com o Boston Consulting Group.
Para se ter uma ideia, houve avanços nos últimos anos, como a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para VEs e a Resolução Normativa nº 819/2018 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que regulamenta a cobrança de recarga para veículos elétricos.
Já em relação à infraestrutura, há algumas leis que obrigam a instalação de carregadores em determinados tipos de empreendimentos, que já são aplicadas nas cidades de Brasília e São Paulo. Em meio a este cenário, os eletropostos estão crescendo no país, como, por exemplo, os pontos de recarga instalados na rodovia BR-27, no Paraná, que corta o estado de leste a oeste, e na rodovia Presidente Dutra, que liga as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro.
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“Além disso, vale lembrar que a maior parte dos carregadores ficarão na casa dos proprietários dos veículos. A demanda residencial tem aumentado bastante, boa parte de nossos projetos são para construtoras e condomínios”, acrescentou o sócio-diretor da NeoCharge.