O Leilão de Reserva de Capacidade, que na última sexta-feira (30) contratou 743 MW de energia de termelétricas fósseis, tornará a conta de luz ainda mais onerosa para os consumidores brasileiros, segundo avaliação da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica)
No entendimento da entidade, os brasileiros pagariam R$ 20 bilhões a menos num período de 15 anos, caso a energia contratada fosse proveniente de fontes limpas e renováveis, como solar e eólica.
A associação calcula que o volume de energia contratada pelo leilão, de 670 MW médios, fosse atendido por novas usinas solares, seriam adicionados 2.700 MW de potência na matriz elétrica brasileira, atraindo R$ 10 bilhões em investimentos – um volume de R$ 5,8 bilhões superior na comparação com os aportes gerados pelas termelétricas.
Para Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR, a contratação de energia termelétrica fóssil e poluente, a preços duas vezes maiores do que as renováveis, é um contrassenso e um retrocesso para o Brasil.
“Trata-se de uma oportunidade perdida que onera o consumidor brasileiro e deixa de gerar até 81 mil novos empregos que o setor solar poderia trazer aos País”, comentou.
Carlos Dornellas, diretor técnico-regulatório da ABSOLAR, por sua vez, disse que os empreendimentos fotovoltaicos possuem preços competitivos, que ajudam a reduzir a conta de luz dos brasileiros.
“Também não utilizam água e evitam as emissões de poluentes e gases de efeito estufa, além de serem ágeis e versáteis para entrar em operação, precisando de menos de 18 meses desde o leilão até o início da geração de energia elétrica”, destacou.