O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na terça-feira (25) o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15). O Índice teve variação de 0,23% em agosto. No grupo de Habitação, o destaque foi a energia elétrica, que variou 1,61%.
Segundo o IBGE, o aumento se deu por conta dos reajustes tarifários aprovados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica):
- Belém (2,73%): reajuste de 2,86%, a partir de 7 de agosto;
- São Paulo (3,34%): reajuste de 3,60% em uma das concessionárias, em vigor desde 4 de julho;
- Fortaleza (1,18%): reajuste de 3,20%, a partir de 1º de julho;
- Salvador (2,24%): reajuste de 4,41%, vigente desde 1º de julho;
- Recife (2,89%): reajuste de 4,55%, em vigor desde 1º de julho;
- Belo Horizonte (1,46%): reajuste de 2,59% a partir de 1º de julho;
- Porto Alegre (1,49%): reajuste de 5,23% em uma das concessionárias, a partir de 1º de julho.
Vale lembrar que, no final de maio, a ANEEL decidiu manter a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, até o final deste ano.
As únicas áreas onde os preços da energia elétrica recuaram foram Curitiba (-2,59%) e Brasília (-0,36%), ambas devido às reduções nas alíquotas de PIS/COFINS.
Brasileiros consideram a conta de luz muito cara
Nove em cada dez brasileiros gostariam de produzir a sua própria eletricidade, por meio de fontes renováveis, enquanto 84% dos consumidores consideram a tarifa cobrada na conta de luz cara ou muito cara no país. É o que apontou a última pesquisa Ibope Inteligência de 2020, encomendada pela Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia).
Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), destaca que o motivo deste forte interesse dos consumidores está ligado a três fatores fundamentais: a redução dos preços de equipamentos fotovoltaicos, o aumento crescente das tarifas de eletricidade dos consumidores e uma crescente consciência dos brasileiros sobre temas econômicos e de sustentabilidade.
“Outro fator importante e que chama cada vez mais a atenção dos governos e do Congresso Nacional é o gigantesco potencial de geração de emprego e renda da energia solar. Isso será crucial aos brasileiros na saída da pandemia, que deixou muitos desempregados no país. Por ser um mercado muito dinâmico, com forte atração de investimentos, a energia solar é uma alavanca para o desenvolvimento econômico sustentável do Brasil”, esclarece Sauaia.
“A energia solar é competitiva e poucos investimentos são tão rentáveis no Brasil quanto um sistema fotovoltaico, já que a tarifa da energia elétrica do Brasil é uma das mais caras do mundo, o que tem levado, de forma constante, muitos consumidores a utilizar a tecnologia”, acrescenta Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR.
IPCA
O IPCA é o Índice de Preços para o Consumidor Amplo. Esse importante índice é medido mensalmente pelo IBGE para identificar a variação dos preços no comércio. Ele é considerado, pelo Banco Central, o índice brasileiro oficial da inflação ou deflação.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 15 de julho e 13 de agosto de 2020 e comparados com aqueles vigentes de 16 de junho a 14 de julho de 2020.
O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.