De acordo com o Renewables 2022 Global Status Report (GSR), realizado pela REN21, a energia solar fotovoltaica manteve sua série de recordes e alcançou 942 GW de capacidade instalada no mundo em 2021 – alta de 25% em comparação com 2020, quando obteve 760 GW.
A pesquisa apontou que o mercado continuou o crescimento constante, apesar das interrupções em toda a cadeia de valor devido, principalmente, a aumentos acentuados nos custos de matérias-primas e transporte.
A geração fotovoltaica continuou a desempenhar um papel importante mundialmente. Até o final de 2021, pelo menos sete países tinham capacidade instalada suficiente para atender 10% de sua demanda de energia solar, frente a apenas dois países em 2020.
Segundo o estudo, a Austrália teve a maior parcela de energia fotovoltaica na geração anual, com 15,5%. Em segundo, aparece a Espanha (14,2%), seguido da Grécia (13,6%), Honduras (12,9%), Holanda (11,8%), Chile (10,9%) e Alemanha (10,9%).
No total, a solar contribuiu com cerca de 5% da geração global de eletricidade, em comparação com 3,7% em 2020. Pelo nono ano consecutivo, a Ásia dominou as novas instalações, representando 52% da capacidade adicional em 2021.
A mesma foi seguida das Américas (21%), que novamente superaram a Europa (17%). China, Estados Unidos, Índia, Japão e Brasil compreendem por cerca de 61% da capacidade recém-instalada.
América Latina
A adoção da fonte fotovoltaica continuou a crescer na América Latina, apesar de uma lenta recuperação dos impactos da pandemia da Covid-19. Os quatro performers em capacidade recém-instalada foram o Brasil (5,5 GW), México (1,8 GW), Chile (1,3 GW) e Argentina (0,2 GW).
O Brasil, por exemplo, encerrou o ano com cerca de 13 GW. Tal capacidade recém adicionada do país o levou ao quinto lugar no ranking global (acima do nono em 2020).
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Pelo terceiro ano consecutivo, a solar distribuída liderou o mercado com 4 GW, impulsionada pelo aumento dos preços da eletricidade devido à crise hídrica.
“Tal fator levou os consumidores a confiar no autoconsumo e reduzir sua dependência na rede de distribuição, sempre que possível”, destacou o relatório. O setor residencial foi responsável pela maior parte das instalações (77,4%), com os sistemas comerciais em segundo (12,7%).
Referente às adições de capacidade global de energia fotovoltaica centralizada em escala de utilidade, a mesma aumentou cerca de 20%, com 100 GW de novas instalações, impulsionada pela competitividade econômica da solar e a atratividade dos PPAs (contratos de compra e venda de energia).
Custo dos módulos
Após muitos anos de declínio, a REN21 apontou que os custos dos módulos fotovoltaicos aumentaram 57% em 2021, à medida que o preço das matérias-primas cresceu agudamente.
Fatores que contribuem para o aumento dos valores são: escassez de polissilício e aumento no custo de envio de contêineres da China, o maior produtor mundial de painéis.
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“As interrupções da cadeia de suprimentos no ano passado destacaram a importância da produção nacional de módulos fotovoltaicos, com os Estados Unidos estendendo sua tarifa de importação e a Índia estabelecendo preços sem precedentes”, concluiu a REN21.