Foi protocolado nesta terça-feira (16) o Projeto de Resolução do Senado n° 64, de 2021, que institui a Frente Parlamentar Mista pela Eletromobilidade.
A proposta, de autoria do senador Rodrigo Cunha (PSDB/AL), tem como finalidade promover debates e iniciativas a respeito de políticas públicas, e outras medidas, que estimulem a mobilidade elétrica no Brasil.
O projeto teve apoio da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) e contará com uma comissão integrada por parlamentares do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.
Na justificativa, o texto diz que a eletromobilidade é a mais importante ferramenta para alterar a realidade caótica das cidades. “Barata, rápida e sem poluir, é capaz de transformar a vida de cada um dos habitantes de uma cidade, direta ou indiretamente”.
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“Diante do bem-estar e qualidade de vida, a eletromobilidade significa menos doenças respiratórias causadas pela poluição que, segundo o ministério da saúde, aumentaram mais de 14% nos últimos dez anos, consumindo mais de 1,5 bilhões de reais anuais do orçamento público”, diz a proposta.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), 50 mil brasileiros morrem, todos os anos, por doenças causadas pela poluição do ar, como câncer de pulmão, doenças cardíacas e acidente vascular cerebral.
Ademais, o projeto destaca que a mobilidade elétrica – por meio do uso de energias renováveis como a eólica e solar – compatibiliza em um só sistema tecnológico: a transformação conjunta dos setores automotivo e energético.
O documento ainda ressalta que o Brasil constitui-se como um precursor na eletromobilidade, uma vez que possui os recursos minerais necessários à expansão e desenvolvimento energético.
“Um exemplo de minério em abundância e importante para o setor no Brasil é o cobre – por ser dos melhores condutores de eletricidade e ter potente capacidade térmica – o cobre integra a composição de cabos e outros mecanismos de turbinas eólicas e placas fotovoltaicas”, acrescentou o texto.
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Análise do mercado de VEs
Segundo Adalberto Maluf, presidente da ABVE, a eletromobilidade deu um salto gigantesco no último ano. Em 2021, por exemplo, as vendas de VEs (veículos elétricos) devem saltar de 11%, em 2020, para mais de 20% ao nível mundial. “Já no Brasil, a comercialização também deve crescer, mas de 1% para cerca de 1,5%, o que é muito pouco em comparação com o resto do mundo”.
Portanto, na visão dele, é mandatório que o país faça rapidamente a coordenação dos esforços de ciência e tecnologia entre a indústria, poder público e sociedade civil para fomentar o setor e desenvolver novas tecnologias nos híbridos flex e VEs e adensar toda a cadeia do lítio no Brasil.
“Por isso, a importância da Frente Parlamentar em defesa da mobilidade elétrica, cujo objetivo será justamente aproximar tais inovações para a realidade brasileira”, ressaltou.