“Na COP 28, quase 200 países comprometeram-se a triplicar a capacidade mundial de energia renovável nesta década, o que é uma das ações críticas para manter vivas as esperanças de limitar o aquecimento global a 1,5 °C. O nosso relatório deixa claro que a meta de triplicação é ambiciosa, mas alcançável – embora apenas se os governos transformarem rapidamente as promessas em planos de ação”.
A afirmação é de Fatih Birol, diretor executivo da IEA (International Energy Agency). Segundo novo relatório da Agência, os países têm uma oportunidade significativa nos próximos meses para desenvolver planos claros para impulsionar a energia renovável – ajudando assim o mundo na realização do objetivo da COP 28.
O “COP 28 Tripling Renewable Capacity Pledge”, publicado nesta terça-feira (04), apontou que, embora a energia renovável esteja no centro da consecução das metas internacionais de energia e clima, poucos países estabeleceram explicitamente metas para 2030 nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas, ou NDCs, existentes no âmbito do Acordo de Paris.
De acordo com a IEA, os compromissos oficiais nos NDCs ascendem atualmente a 1.300 GW – apenas 12% do que é necessário para cumprir o objetivo global de triplicação estabelecido em Dubai.
No entanto, a nova pesquisa por país da IEA – abrangendo quase 150 países – destacou que as ambições internas dos governos vão muito mais longe, correspondendo a quase 8.000 GW de capacidade renovável até 2030.
Isto significa que se os países incluíssem todas as suas políticas, planos e estimativas existentes nos seus novos NDCs previstos para o próximo ano, que incluirão ambições revistas para 2030 e novos objetivos para 2035 – refletiriam 70% do que é necessário até 2030 para atingir a meta de triplicação, que corresponde a 11.000 GW de capacidade renovável instalada a nível mundial.
“Ao cumprir os objetivos acordados na COP 28, os países têm uma grande oportunidade para acelerar o progresso rumo a um sistema energético mais seguro, acessível e sustentável. Continuaremos a apoiar governos nos esforços para alcançar esta meta”, ressaltou Birol.
Investimentos em solar e eólica
Mais países estão optando pelas renováveis, como a energia solar fotovoltaica e eólica, após uma queda acentuada nos custos ao longo da última década e esforços renovados por parte dos governos para construir sistemas energéticos resilientes com emissões mais baixas.
De acordo com a pesquisa, a quantidade de capacidade renovável adicionada em todo o mundo a cada ano triplicou desde que o Acordo de Paris foi assinado em 2015. Isto deve-se em grande parte ao apoio político, às economias de escala e ao progresso tecnológico – que reduziram o custo da solar e eólica em mais de 40% no mesmo período e tornou-os amplamente competitivos com os combustíveis fósseis.
As adições globais de capacidade renovável atingiram quase 560 GW em 2023, um aumento sem precedentes de 64% frente ao ano de 2022, para o qual a China foi de longe o maior contribuinte.
Ao mesmo tempo, subsistem desafios importantes, desde os longos tempos de espera pelas licenças dos projetos, ao investimento inadequado em infraestruturas de rede, à necessidade de integrar de forma rápida e econômica as energias renováveis e aos elevados custos de financiamento – especialmente nas economias emergentes e em desenvolvimento.
O estudo propõe ações específicas que os países podem tomar para enfrentar estes obstáculos. Por exemplo, no que diz respeito à redução dos custos de financiamento para melhorar a viabilidade financeira dos projetos renováveis, sugere abordagens como a melhoria da visibilidade das políticas a longo prazo; apoiar projetos em fase de pré-desenvolvimento; e reduzir os riscos de preços, inflação e taxas de câmbio.
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