A abertura do mercado da quinta geração de internet móvel (5G), o crescimento das vendas de veículos elétricos e a maior facilidade para aquisição de baterias deverão dobrar o número de sistemas fotovoltaicos instalados no segmento de geração distribuída em até cinco anos.
A avaliação é de Carolina Reis, diretora do Meu Financiamento Solar, fintech especializada na oferta de créditos para aquisição de sistemas de energia solar no Brasil, que prevê que o país ultrapasse a marca dos 4 milhões de conexões até 2028.
Para a executiva, as novas tecnologias de mobilidade elétrica e de banda larga exigirão uma expansão significativa de geração de fontes renováveis, como energia solar, justamente para atender o aumento previsto do consumo de energia desses novos mercados.
No setor automotivo, por exemplo, o número de veículos elétricos deverá ultrapassar a marca de 35 milhões unidades vendidas no Brasil até 2040, segundo estudo da Strategy&, consultoria estratégica da PwC Brasil.
Somente no primeiro semestre deste ano, o número de carros híbridos e elétricos bateu recorde de vendas, com 32,2 mil unidades comercializadas entre janeiro e junho. Atualmente, o Brasil possui cerca de 158,6 mil veículos eletrificados em circulação.
Já as operadoras de telecomunicações estão investindo bilhões de reais para ampliar a infraestrutura de cobertura de internet, uma vez que a rede 5G demandará 10 vezes mais antenas do que a rede 4G.
Empresas como Vivo, Claro e TIM, por exemplo, já estão instalando usinas de geração distribuída solar pelo país com o objetivo de suprir suas necessidades energéticas.
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“No caso do setor de telecomunicações, a energia solar combinada com sistemas de armazenamento ajudará a ampliar o acesso à internet para locais remotos e sem cobertura, conferindo maior segurança ao fornecimento elétrico das antenas”, destaca Carolina.
“Numa espécie de sinergia, o 5G também pode melhorar a capacidade de gerenciamento dos sistemas fotovoltaicos a partir de tecnologias de inteligência artificial e internet das coisas”, ressaltou a profissional.
Ainda segundo Carolina, outro setor em plena ascensão no país é o armazenamento de energia com baterias, considerado essencial para o futuro do setor elétrico mundial e a descarbonização das economias.
Segundo dados da BloombergNEF, o armazenamento de energia contou com a adição de 16 GW de novos projetos implementados no mundo em 2022, um recorde na história do segmento e que representou um aumento de quase 70% em relação ao ano de 2021.
Para os próximos anos, as perspectivas permanecem positivas, com 1.400 GWh de novos projetos a serem implementados até 2030, incluindo o Brasil. Ou seja, 40 vezes o que foi instalado em 2022.
Estudos do Meu Financiamento Solar também indicam que a capacidade de armazenamento de energia no Brasil mais do que dobrou de 2020 para 2021 e que o preço das baterias de lítio caiu quase 90% na última década.
No entendimento da fintech, essa redução exponencial de preços teria sido puxada pelo desenvolvimento da indústria da mobilidade elétrica, grande demandante de baterias.
“Portanto, a energia solar é atualmente a alternativa mais sustentável e mais atrativa para consumidores residenciais e empresariais se conectarem com as novas tecnologias do mundo digital e eletrificado”, conclui Carolina.
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