Um estudo divulgado, nesta quinta-feira (4), pelo IEMA (Instituto de Energia e Meio Ambiente) calculou quantos sistemas fotovoltaicos com baterias são necessários para cumprir as metas do Programa Mais Luz para a Amazônia, criado com o objetivo de promover o acesso da energia elétrica para comunidades remotas da região.
O Instituto analisou dois cenários possíveis: um em que seriam usados sistemas com geração de 45 kWh/mês com o uso de baterias de lítio e outro com geração de 180 kWh/mês com baterias de chumbo-ácido.
No primeiro caso, verificou-se que seriam necessários o emprego de mais de três milhões de sistemas de energia solar, enquanto que no segundo o número subiu para cerca de 12 milhões.
Ao todo, o levantamento indica a necessidade de levar energia elétrica para mais de 219 mil unidades consumidoras, uma vez que quase 1 milhão de pessoas vivem hoje nestas localidades sem acesso à eletricidade.
Se a meta do programa for cumprida, a capacidade instalada total atingirá 363 MWp considerando o padrão de geração de 45 kWh/mês em 2030. No padrão de 180 kWh/mês, a capacidade será de 1.381 MWp.
No segundo caso, trata-se de valor maior que a atual capacidade instalada residencial de geração distribuída de todos os estados brasileiros. Atualmente, a localidade que mais se aproximaria desses números seria São Paulo, com 1.282 MWp.
“A justa garantia de acesso à eletricidade para comunidades remotas da Amazônia, dependendo da velocidade a ser dada ao processo, exigirá um fornecimento contínuo e estável de componentes para sistemas de geração (painéis, baterias, etc.) e os serviços associados”, comentou o André Luis Ferreira, diretor-presidente do IEMA.
Além disso, para ele o futuro descomissionamento e reposição desses sistemas, devido ao fim de suas vidas úteis e ao processo de manutenção, deve ser feito de forma adequada, a fim de evitar riscos ambientais em áreas sensíveis do local.
“Os resultados do estudo permitem concluir que os desafios no enfrentamento dessas questões são bastante consideráveis, exigindo maior envolvimento por parte dos fabricantes de equipamentos, das distribuidoras de energia elétrica e dos órgãos públicos”, avaliou o diretor-presidente do IEMA.