Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (14), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deu prazo à Enel de três dias para restaurar o serviço de fornecimento de energia elétrica aos consumidores atendidos pela companhia.
Durante a coletiva, Silveira ainda afirmou que enviou um ofício solicitando que a ANEEL cobre agilidade da Enel para restabelecer o fornecimento de energia na região metropolitana de São Paulo o mais rápido possível.
O ministro comentou também que a Agência “claramente se mostra falha” na fiscalização da Enel, que mantém um histórico de problemas em São Paulo e em outras áreas das quais detém concessão como distribuidora de energia.
Em nota enviada pelo MME, é apontado que a Agência “não deu qualquer andamento ao processo que poderia levar à caducidade da distribuidora, requerido há meses pelo Ministério, o que deve ensejar a apuração da atuação da ANEEL junto aos órgãos de controle”.
Apagão em SP: um terço dos consumidores afetados seguem sem energia
O ministério reforçou que “não há indicativo de renovação” da concessão da distribuidora em São Paulo, e que a falta de apuração adequada da ANEEL no caso “não pode ser justificada”.
Recentemente, o Governo Federal editou decreto estabelecendo critérios mais rígidos para a avaliação de desempenho das concessionárias, visando melhorar a qualidade de atendimento e da prestação do serviço à população.
Enel recebe reforço de distribuidoras para agilizar restabelecimento de energia
A Enel Distribuição São Paulo recebeu reforço de equipes de outros grupos de distribuição de energia, como Light, Neoenergia, Elektro, EDP, para atuarem na área de concessão da companhia.
Além disso, a Enel mobilizou profissionais das suas filiais da Enel do Chile, Itália, Espanha e Argentina, além de equipes do Rio de Janeiro e do Ceará. Agora, o número de profissionais em campo será de cerca de 2,9 mil técnicos.
Além dos impactos nas redes de baixa tensão, 17 linhas de alta tensão e 11 subestações foram desligadas durante a forte chuva. Os danos na rede de alta tensão foram solucionados ainda no sábado.
Na baixa e na média tensão, os impactos foram severos e dispersos pela área de concessão. Os reparos nas redes de baixa tensão envolvem a substituição de quilômetros de cabos, postes, entre outros equipamentos.
As cidades mais prejudicadas foram São Paulo, com 283 mil casas sem luz, especialmente nos bairros Jabaquara, Santo Amaro, Pedreira e Campo Limpo; otia com 31 mil clientes sem energia; e Taboão da Serra com 32 mil impactados.
Para atender casos críticos, a Enel disponibilizou 500 geradores (40 de grande porte) para serviços essenciais, como hospitais, e clientes que dependem de eletricidade para manutenção de equipamentos hospitalares, por exemplo.
CGU fecha o cerco contra ANEEL e distribuidora por apagão em SP
Em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (14), o ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Vinícius Carvalho, comunicou que abriu uma auditoria na ANEEL.
O objetivo é investigar a atuação da agência reguladora na consulta da distribuidora italiana Enel no caso do apagão em São Paulo. Carvalho afirmou que a decisão partiu do presidente, e apesar de ter reforçado que não se trata de uma intervenção, disse que “pode ter havido falha na fiscalização” por parte da ANEEL.
“O presidente determinou que a CGU fizesse uma auditoria completa no processo de fiscalização da ANEEL a respeito da concessionária Enel desde o que aconteceu no ano passado, em relação às medidas que deveriam ter sido adotadas e que não foram, até o que vai acontecer daqui para a frente”, afirmou.
Carvalho estava acompanhado pelo ministro Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social); pelo advogado-geral da União, Jorge Messias; e pelo secretário nacional do consumidor do Ministério da Justiça, Wadih Damous.
O grupo reforçou o prazo estabelecido pelo Ministério de Minas e Energia, que deu três dias para que a Enel restabeleça o fornecimento de energia em São Paulo.
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