Durante décadas, o debate sobre o desenvolvimento da Amazônia se dividiu entre duas visões opostas: de um lado a ideia daqueles que defendem reservar grandes extensões de florestas para fins de conservação da biodiversidade.
Do outro, a visão de desenvolvimento baseado na exploração dos recursos naturais, principalmente através da mineração.
Foi pensando nisso, que oito pesquisadores brasileiros se uniram para propor a idealização de um projeto cujo objetivo é explorar a biodiversidade da floresta sem gerar danos ao meio ambiente. O projeto foi denominado de “Amazônia 4.0”.
Por meio da implantação de LCAs (Laboratórios Móveis) para criação de bioindústrias locais em áreas remotas da Amazônia, os pesquisadores acreditam que será possível gerar empregos, proporcionar inclusão social, capacitação e melhoria da qualidade de vida das populações locais. Tudo isso de forma sustentável e sem a degradação da floresta.
No segundo semestre deste ano, três comunidades do Pará receberão os primeiros laboratórios, que levarão tecnologias da Indústria 4.0 à cadeia produtiva do cacau e do cupuaçu.
Os sistemas incluem drones, sensores digitais e inteligência artificial para dar conta de percorrer os longos trajetos da região amazônica. Os futuros laboratórios terão como foco castanha-do-brasil, açaí, óleos essenciais e outros produtos.
Opinião: Amazônia 4.0 e o privilégio de participar de um grande projeto de sustentabilidade
Para viabilizar a iniciativa, serão usadas novas tecnologias aliadas a sistemas de geração de energias limpas e renováveis. Assim, esses laboratórios serão tematizados e específicos para cada cadeia produtiva ou tipo de biodiversidade.
Sobre os LCAs
Tratam-se de unidades móveis de campo que podem ser instaladas em tendas ou plataformas flutuantes e, posteriormente, desmontadas e transportadas em contêineres aeronáuticos para outras localidades por meio de caminhão, barco ou avião.
Os laboratórios têm como objetivo aliar conhecimentos tradicionais locais, dados científicos e aparato tecnológico para instrumentalizar as comunidades, valorizando a biodiversidade e gerando produtos de maior valor, além de mais leves para o transporte.