Quase metade do valor da conta de luz (48,1%) paga pelos consumidores brasileiros é destinada a tributos e encargos setoriais, segundo estudo realizado pela PwC Brasil em parceria com o Instituto Acende Brasil.

A pesquisa foi elaborada com base na arrecadação tributária de 45 empresas do setor elétrico nacional, que representam cerca de 70% do mercado GTD (geradoras, transmissoras e distribuidoras).

Em relação ao ano anterior, foi identificado que o peso dos encargos e dos tributos na conta de luz aumentou para o consumidor brasileiro: de 46% em 2021 para os atuais 48,1%.

Vandré Pereira, sócio da PwC Brasil, explica que o aumento nos tributos de um ano para o outro foi puxado pelos encargos setoriais, que foi de 4,8% e que foi liderada pelo aumento da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), cujo orçamento de arrecadação é definido pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). 

Já a carga dos tributos federais cresceu 0,8% no mesmo período, enquanto que os estaduais e municipais registraram queda de 3,4% de 0,1%, respectivamente.

“O ano de 2022 poderia ter sido um ano de celebração para o consumidor de energia elétrica em função da redução média do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) estadual sobre a conta de luz”, disse ele. 

De acordo com o estudo, a redução dos tributos estaduais e municipais ocorreu por causa da antecipação do reconhecimento da energia elétrica como serviço essencial, por meio da Lei Complementar nº 194/2022, fator que teria contribuído para a redução de 2,7% dos tributos, que saiu de 35,6% em 2021 para 32,9% em 2022. 

“No entanto, o aumento de 4,8% de encargos setoriais anulou por completo esse benefício, e ainda acabou aumentando em 2,1% a carga consolidada de tributos e encargos que oneram tantos as empresas quando os consumidores do setor elétrico”, analisou Eduardo Müller Monteiro, diretor executivo do Instituto Acende Brasil.

Maior arrecadação onera a conta de luz

O estudo da PwC e do Instituto Acende Brasil identificou também que o aumento na arrecadação dos tributos e encargos setoriais recolhidos pelas empresas selecionadas foi de R$ 2,2 bilhões, saindo de R$ 106,1 bilhões em 2021 para R$ 108,3 bilhões em 2022.

Houve uma queda na participação da arrecadação das empresas de distribuição de 73% (2021) para 68% (2022). Essa variação se deve aos seguintes fatores: 

Metodologia

Além de analisar a carga tributária e os encargos setoriais arrecadados por 45 empresas do setor elétrico, o estudo da PwC Brasil e do Instituto Acende Brasil analisaram também o peso dos seguintes impostos: 

Também foram observados o comportamento dos seguintes encargos do setor elétrico:

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