SAARBRÜCKEN, ALEMANHA. Em menos de uma semana, especialistas em segurança nuclear identificaram fissuras de dimensões preocupantes em dois reatores de Penly, no norte do país, e em um dos reatores de Cattenom, no leste da França, próximo à fronteira com a Alemanha.
Na última terça-feira (7), especialistas de segurança nuclear identificaram no reator 1 da usina de Penly uma rachadura em um tubo de emergência utilizado para inundar o reator com água no caso de um acidente nuclear.
De acordo com o jornal francês Le Parisien, a dimensão da fenda “se estende por 155 mm, ou seja, cerca de um quarto da circunferência do tubo, e sua profundidade máxima é de 23 mm, para uma espessura de tubo de 27 mm”, segundo as informações divulgadas pela autoridade de segurança. A causa da rachadura foi identificada como “corrosão por tensão”.
Dois dias após o anúncio sobre o reator 1 na usina de Penly, a França divulgou que mais duas fissuras foram identificadas em dois reatores. No reator 2 de Penly, a dimensão da fenda chega a 57 mm de comprimento, representando menos de 10% da circunferência, para uma profundidade máxima de 12 mm.
A proporção do dano é vista de uma forma “não insignificante”, segundo as autoridades. Na usina de Cattenom, no reator 3, a fissura chega a 165 mm de comprimento, para uma profundidade máxima de 4 mm.
A EDF, empresa de energia responsável pelas verificações dos reatores, deve iniciar um programa de reparo em larga escala.
O previsto é que a empresa faça a verificação de um total de 200 soldas nas usinas afetadas, causando possíveis paralisações prolongadas e levantando incertezas com relação à produção de energia nuclear no país.
No último ano, a França produziu menos eletricidade em comparação às últimas três décadas, um dos motivos é a frota nuclear defasada no país. O governo de Emmanuel Macron planeja construir, ainda durante o seu mandato, duas das seis novas usinas nucleares que devem ser construídas no país.