O surto de coronavírus vem trazendo impactos negativos sobre o mercado de energia elétrica no Brasil, como menor demanda e maior inadimplência. Contudo, quando se trata de energia renovável, a crise não está afetando tanto o setor.
De acordo com um estudo da AIE (Agência Internacional de Energia), a renovável será a única fonte de energia que provavelmente deve apontar um crescimento da demanda até o final de 2020.
“Até agora, a energia renovável tem sido a fonte de energia mais resiliente às medidas de bloqueio da Covid-19. No primeiro trimestre de 2020, por exemplo, o uso global das renováveis foi 1,5% maior que no primeiro trimestre de 2019. O aumento foi impulsionado após mais de 100 GW de energia fotovoltaica e cerca de 60 GW de projetos de energia eólica que foram concluídos em 2019”, disse a pesquisa.
Além disso, A Global Energy Review 2020 mostrou que no primeiro trimestre de 2020, a energia solar e eólica atingiram 9% da geração, acima dos 8% no primeiro trimestre de 2019. “As renováveis também são resistentes a uma menor demanda de eletricidade, já que geralmente são despachadas antes de outras fontes devido aos baixos custos operacionais ou regulamentos que os fornecem prioridade”, esclareceu o estudo.
Os autores do relatório também enfraqueceram a queixa frequente ouvida pelo lobby das renováveis de que a energia limpa não possui apoio político suficiente. Eles apontam que o envio prioritário das renováveis é uma das principais razões pelas quais a energia solar, hídrica e eólica se mostraram resilientes diante de uma queda sem precedentes na demanda de energia.
Futuro
“Em nossa estimativa para 2020, a demanda por energia renovável aumenta cerca de 1% em relação aos níveis de 2019, em contraste com todas as outras fontes de energia. A geração de eletricidade renovável cresce quase 5%, apesar dos atrasos na cadeia de suprimentos e na construção causados pela crise da Covid-19. Ao fazer isso, as renováveis quase atingem 30% do suprimento de eletricidade em todo o mundo, reduzindo pela metade a diferença com o carvão (de 10 pontos percentuais em 2019)”, concluiu a pesquisa da Global Energy Review 2020.