De acordo com as últimas projeções da BNEF (BloombergNEF), os VEs (veículos elétricos) representarão mais de 50% das vendas globais até meados da década de 2030.
“Como resultado da queda de preços das baterias, os VEs já devem atingir a paridade, ou seja, se tornarem competitivos com veículos a combustão na metade da década de 20. Porém, vale ressaltar que essa previsão não é para todos os países”, explicou Luiza Demôro, Head of Country Transition Trends na BNEF.
Para a especialista, no caso do Brasil, por exemplo, tal paridade não acontecerá tão cedo por conta do potencial de bicombustíveis que o país apresenta. Entretanto, nos Estados Unidos e em muitas nações da Europa ocorrerá, provavelmente, já em 2024.
“Então, como essa mudança será grande e rápida, estimamos que as vendas de carros eletrificados irão ultrapassar os movidos a combustíveis fósseis já na metade da próxima década em países desenvolvidos. Isso, para um período de 10, 15 anos é uma mudança muito radical”, relatou Luiza.
Segundo ela, essa situação irá impactar em muitas coisas, como aceleração ainda maior na queda de preços de tecnologias, desenvolvimento de outras tecnologias e aumento exponencial na demanda de eletricidade.
Países emergentes
A pesquisadora da BloombergNEF apontou ainda que a tendência que está sendo vista para países emergentes, pelo menos para este início de transição, é a eletrificação em frotas e não por veículos de passageiros.
“Estamos vendo mais iniciativas para frotas de ônibus. Penso que esse é o passo inicial que o Brasil irá dar”, comentou.
A cidade de Indaiatuba (SP), por exemplo, já está contribuindo com essa proposta sustentável com a implementação de um projeto de substituição da sua frota de carros convencionais por modelos elétricos.
De acordo com a CPFL Energia, uma das responsáveis pela iniciativa, a ação é inédita no Brasil por se tratar de carros operacionais com implementos, adaptados para a operação de campo com furgão e picape com armários para serviços técnico-comerciais, caminhão com escada central e caminhão com cesto aéreo.
Outro projeto voltado para a eletrificação é o da companhia de energia EDP, que em parceria com a BYD e a Unesp (Universidade Estadual Paulista) desenvolveu, no fim do ano passado, o primeiro ônibus elétrico brasileiro movido a energia solar para fins comerciais.
O veículo, idealizado na UTE (usina termelétrica) Pecém, no Ceará, conta com o uso de um banco de baterias que garante autonomia de 300 km.
Além deste, a BYD lançou a nova versão do Furgão eT3 no Brasil. Segundo a fabricante, o automóvel 100% elétrico possui tecnologia inovadora e recursos com maior rentabilidade. O modelo apresenta um novo pack de baterias, que reduziu o peso do veículo de 1870 kg para 1700 kg.